segunda-feira, 29 de abril de 2024

Ken Hyder’s Talisker - “Land of Stone”


Ken Hyder’s Talisker
“Land of Stone”
JAPO 60018
JAPO Records
1977

Ken Hyder – drums.
John Lawrence – bass.
Marcio Mattos – bass.
David Webster – alto saxophone.
John Rangecroft – tenor saxophone, clarinet.
Ricardo Mattos – soprano saxophone, tenor saxophone, flute.
Brian Eloy – vocals.
Frankie Armstrong – vocals.
Phil Minton – vocals.
Maggie Nichols – vocals.

1 – The Strathspey King / The Men of Barra Know How To Drink, But The Woman Know How To Sing – 8:38
2 – Close The Window and Keep It Down – 3:34
3 – See You At The Mission, Eh, If It’s Nofull – 6:16
4 – Derek Was Only a Barris – 5:43
5 – Pibroch in Three Parts – 19:20
A – For the Mac Crimmons.
B – For John Coltrane.
C – For Albert Ayler.


Ken Hyder é um baterista escocês que teve a particularidade de fundir a música tradicional com o jazz, algo que o saxofonista Jan Garbarek também já fez com resultados brilhantes, e no caso de Ken Hyder, que na década de setenta do século passado fundou a banda Talisker, os resultados foram surpreendentes, como se poderá verificar ao escutarem este álbum intitulado "Land of Stone".

Gravado em Abril de 1977 em Londres e Misturado no Tonstudio Bauer, Ludwigsburg por Martin Wieland. Layout de Dieter Bonhorst. Fotografia de Lajos Keresztes. Produção de Thomas Stowsand.

Todos os temas foram compostos por Ken Hyder.

Rui Luís Lima

Stephan Micus - “Implosions”


Stephan Micus
“Implosions”
JAPO 60017
JAPO Records
1977

Stephan Micus – sitar, acoustic guitar, vocal. bavarian zither, shakuhachi, sho, thai flute, rabab.

1 – As I Crossed a Bridge of Dreams – 20:53
2 – Borkenkind – 6:45
3 – Amarchaj – 5:18
4 – For The Beautiful Charging Child – 3:40
5 – For M’schr and Djingis Khan – 6:24

Stephan Micus

O terceiro álbum de originais de Stephan Micus, irá marcar decididamente toda a sua carreira futura no universo musical, porque foi com ele que a sua surpreendente música começou a ser divulgada de forma consistente começando a nascerem os seus fans, numa época em que a célebre designação de New Age ainda não tinha nascido.

Gravado em Março de 1977 no Tonstudio Bauer, Ludwigsburg por Martin Wieland. Masterizado por Henri Riedel. Fotografia da capa do álbum de Dietmar Werle. Layout de Dieter Bonhorst. Produção de Manfred Eicher.

Todos os temas foram compostos e tocados por Stephan Micus. Com mais de 20 álbuns gravados para a ECM Records, por este músico intemporal chamado Stephan Micus, decidimos transcrever a nota que foi incluída por ele na edição do álbum “Implosions”, como uma espécie de definição da sua música, caso isso fosse possível:

«The Music on this álbum is not Japanese, Indian, Afghani… not Bavarian… it is not traditional music… call it that you will. There has been the sincere desire to understand the essence of these cultures.»

Rui Luís Lima

OM - "Rautionaha"


OM
"Rautionaha"
JAPO 60016
JAPO Records
1977

Herbert Joos - “Daybreak”


Herbert Joos
“Daybreak”
JAPO 60015
JAPO Records
1977

Herbert Joos – fluegelhorn, trumpet.
Thomas Schwarz – oboe

Radio Symphony Orchestra Stuttgart – strings.

1 – Why? – 9:39
2 – When Were You Born? – 4:46
3 – Leicester Court 1440 – 3:38
4 - Daybreak – 6;12
5 – Black Trees – 7:12
6 – Faster Your Seatbelt – 4:09
7 – The Dark Side of Twilight” – 15:19

Herbert Joos é um desses músicos e compositores que merecem ser redescobertos e este álbum intitulado "Daybreak" é ima verdadeira pérola, que nos seduz pela sua intensidade. Essa mesma intensidade que ele oferece neste inesquecível trabalho discográfico, possivelmente o mais genial da sua longa carreira.

Herbert Joos
(1940 - 2019)

Gravado no mês de Outubro de 1976, no Tonstudio Bauer, Ludwigsburg, por Carlos Albrecht. Layout de Dieter Bonhorst. Fotografia da capa do álbum de Tadayuki Naitoh. Fotografia de Gerhard Deker. Produção de Herbert Joos e Thomas Stowsand. Todos os temas foram compostos por Herbert Joos.

O álbum “Daybreak” de Herbert Joos foi reeditado no ano de 1990, ECM 3615, ao qual foi acrescentado o tema “The Dark Side of Twilight” com a duração de 15:19, surgindo o álbum com nova capa e com o título “Daybreak – The Dark Side of Twilight”.

Rui Luís Lima

Larry Karush / Glen Moore - “May 24, 1976”


Larry Karush / Glen Moore
“May 24, 1976”
JAPO 60014
JAPO Records
1976

Larry Karush – piano
Glen Moore – bass, violin.

1 – Untiled (Larry Karusch) – 3:17
2 – Duet (Larry Karusch) – 4:00
3 – Country (Larry Karusch) – 7:05
4 – Transit Boogie (Larry Karusch) – 3:05
5 – Violin Suite (Glen Moore) – 6:15
6 – Flagolet (Glen Moore) – 1:17
7 – Abstinence (Larry Karusch) – 6:00
8 – Vicissitudes(Benny Wallace) – 3:23
9 – Pamela: At The Hawk’s Well (Glen Moore) – 4:03
10 – Triads – 4:17

Glen Moore já tinha gravado um álbum de duetos e solos na companhia do guitarrista Ralph Towner, que nos levou a fixar o seu nome e neste encontro com o pianista Larry Karusch, prossegue essa viagem onde o diálogo entre os dois instrumentos, contrabaixo e piano, nos surge de forma mais-que-perfeita, conduzindo o ouvinte a esse momento em que se desliga de tudo e apenas escuta a música que lhe é oferecida. Gravado em Maio de 1976, no Talent Studios, Oslo, por Jan Erik Kongshaug. Layout de Dieter Bonhorst. Fotografia de Tadayiski Naitoh. Produção de Manfred Eicher.

Rui Luís Lima

Manfred Schoof Quintet - "Scales"


Manfred Schoof Quintet
"Scales"
JAPO 60013
JAPO Records
1976

Harold Budd - (1936 - 2020)


Recordando Harold Budd!

Foi a 8 de Dezembro de 2020 que ao entrar na minha página no Facebook deparei com a informação da morte de Harold Budd, compositor, pianista e poeta que pertencia aos meus eleitos na área musical, vítima de covid, segundo referia a notícia.


Foi no ano de 1984 que me cruzei com a música de Harold Budd através do cd "The Pearl", oferecido por um amigo e desde então não só este disco feito "a meias" com Brian Eno e Daniel Lanois, se tornou o mais tocado aqui em casa, assim como todos os seus trabalhos discográficos são escutados com enorme prazer, revelando-se verdadeiras pérolas musicais.


Harold Budd
(1936 - 2020)

Desde 1984 até hoje Harold Budd tem sido um dos meus compositores de eleição e assim irá permanecer. Este homem que era um brilhante pianista, um genial compositor, mas também um poeta, uma faceta pouco mencionada, irá continuar a navegar no nosso blog "Discoteca", "A Memória da Rádio", e "A Memória da Música". Mais dedois depois da sua morte, o silêncio permanece sobre este nome incontornável da "ambient music", neste pequeno país à beira mar, tão mal plantado.

Rui Luís Lima

domingo, 28 de abril de 2024

Jon Hassell - Sonoridades de Outro Universo!


Jon Hassell - Sonoridades de Outro Universo!

Nesse dia tinha comprado o "Ambient 4 - On Land" de Brian Eno no Valentim de Carvalho, ali para os lados do Chiado e já em casa, ao chegar ao tema 4 intitulado "Shadow" encontro sonoridades até então nunca escutadas, estávamos em 1982 e o nome do músico que tocava esse estranho trompete, chamava-se Jon Hassell.

"City - Works of Fiction"

Terminei por fixar o nome e assim fui encontrá-lo mais tarde nos dois fabulosos volumes que constituem a obra "Fourth World - Possible Musics", nos quais colaboravam Brian Eno e Nana Vasconcelos, entre outros. Depois a sua colaboração com Peter Gabriel ("Passion" e "Birdy"), Talking Heads ("Remain in Light") e David Sylvian ("Words of The Shaman") revelaram-se fundamentais para conhecermos melhor Jon Hassell, cujas sonoridades fizeram desses álbuns verdadeiras pérolas musicais.

Jon Hassell
(1937 - 2020)

E da lista dos 23 álbuns de originais que nos deixou, para além de colectâneas e várias colaborações, gostaria ainda de destacar dois trabalhos discográficos de Jon Hassell de que gosto imenso: "Power Spot" de 1986 gravado para a ECM Records do alemão Manfred Eicher e "City - Works of Fiction" editado pela Opal Records e que costumo usar para correr com os indesejáveis, de gostos musicais suspeitos, aqui de casa.

"Power Spot"

Jon Hassell estreou-se a solo com o álbum "Vernal Equinox" em 1978 e anteriormente tinha estudo com o célebre Karlheinz Stockhausen, em Colónia. As suas sonoridades marcaram decididamente a denominada "ambient music", que sempre viveu nas margens do sistema, ignorada por esta nova geração da rádio, basta recordar o silêncio ensurdecedor dos nossos célebres médias, sobre a "partida" de Harold Budd, também falecido recentemente e que me deixou perplexo. Mas este é o mundo em que vivemos, um universo de memória imediata, de curtíssima duração e como diria o meu amigo Tapioca: That's Life!

Rui Luís Lima

sábado, 27 de abril de 2024

Circle - “Paris-Concert”


Circle
“Paris-Concert”
ECM 1018/1019
ECM Records
1972

Chick Corea – Piano.
Anthony Braxton – Reeds, Percussion.
David Holland – Double-Bass, Cello.
Barry Altschul – Percussion.

1 – Nefertiti (Wayne Shorter) – 18:26
2 – Song For The Newborn (Dave Holland) – 7:09
3 – Duet (Chick Corea / Anthony Braxton) – 10:55
4 – Lookout Farm / 73 Degreens Kalvin (Variations 3) (Barry Altschul) – 16:25
5 – Toy Room / Q & A (Dave Holland) – 24:44
6 – No Greater Love (Marty Sines / Ishan Jones) - 17:40


O grupo Circle, constituído por Chick Corea, Anthony Braxton, David Holland e Barry Altschul, ofereceu-nos um jazz de avant-garde durante os anos de 1970/71, sendo este registo ao vivo o principal documento da sua actividade musical.

Gravado ao vivo a 21 de Fevereiro de 1971 na Maison de l’O.R.T.F., em Paris. Realizado por Andre Francis para o programa “Jazz Sur Scene”. Gravado por Jean Deloron. Produzido por Manfred Eicher. Design de B & B Wojirsch. Fotografia de Jean-Pierre Leloir. O álbum oferece-nos ainda um texto assinado por Chick Corea sobre este trabalho discográfico. Foi o primeiro duplo-álbum editado pela ECM Records.

Rui Luís Lima

sexta-feira, 26 de abril de 2024

OM - “Kirikuki”



OM
“Kirikuki”
JAPO 60012
JAPO Records
1976

Bobby Burri – bass.
Fredy Studer – drums, percussion.
Christy Doran – guitar.
Urs Leimgruber – soprano saxophone, tenor saxophone, percussion.

1 – Holly – 8:32
2 – Lips – 5:18
3 – Karpfenteich – 6:02
4 – Hommage à Mme. Stiminca – 15:58
5 – Sykia – 4:18

A banda de jazz de avant-garde OM, liderada pelo guitarrista irlandês Christy Doran, surgiu pela primeira vez com um registo da sua actuação a ser gravado em disco no célebre Festival de Jazz de Montreaux, possivelmente o Festival de Jazz onde todas as barreiras são derrubadas e todos os géneros convivem em alegre harmonia ou desarmonia, consoante o ponto de vista de quem os escuta. Este trabalho discográfico, genericamente intitulado "Kirikuki", o seu primeiro álbum de Estúdio, irá surpreender muito "boa gente".

Gravado nos dias 1 e 2 de Outubro de 1975 no Tonstudio Bauer, Ludwigsburg, por Martin Wieland. Misturado por Martin Wieland. Design e Layout de Niklaus Troxler. Fotografia de Andreas Raggenbass. Produção de OM. Os temas 1, 3, 4 e 5 foram compostos por Christy Doran e o tema 2 pertence a Bobby Burri e Urs Leimgruber.

Rui Luís Lima

Magog - “Magog”


Magog
“Magog”
JAPO 60010
JAPO Records
1976

Peter Frei – bass.
Peter Schmilin – drums, percussion.
Klaus Koenig – piano, electric piano.
Andy Scherrer – soprano saxophone, tenor saxophone, flute, percussion.
Paul Haag – trombone, percussion.
Hans Kennel – trumpet, fluegelhorn, percussion.

1 – Lock (Paul Haag) - 4:17
2 – Gogam (Andy Scherrer) – 8:12
3 – Rhoades (Klaus Koenig) – 7:10
4 – Der Bachstelzer (Klaus Koenig) – 6:18
5 – Summervogel (Hans Kennel) – 7:32
6 – New Samba (Hans Kennel) – 8:28

Um documento bem precioso do jazz, oriundo desse pequeno país que é a Suiça, é este "Magog", que nos oferece um registo histórico de como o jazz na Europa se desenvolvia em relação ao praticado na América, tendo até quem na época denominasse a música criado pelos Magog como "New Alpine Music". Este registo discográfico revela-se um excelente exemplo da música que era então praticada nesses longínquos e geniais anos setenta, do século passado, que muitos decidiram esquecer ou melhor dizerem que nunca existiu.

Gravado nos dias 1 e 2 de Novembro de 1974 no Tonstudio Bauer, Ludwigsburg por Carlos Albrecht e Martin Wieland. Fotografia de Michael Wirth. Design de Dieter Bonhorst. Produção da Soletron Productions S.A. O álbum “Magog” da banda de jazz Magog foi reeditado em cd, em 2012, pela etiqueta Suiça TCB Records, fundada pelo músico Peter Schmidlin, membro fundador dos Magog e que aqui toca bateria e percussão.

Rui Luís Lima

Enrico Rava - “Quotation Marks”


Enrico Rava
“Quotation Marks”
JAPO 60010
JAPO Records
1976

Enrico Rava – trumpet.
Rodolfo Mederes – bandoneon. (temas 1,3,4, 5)
Herb Bushler – bass. (temas 2,6,7)
El Negro Gonzalez (Jorge Gonzalez) – bass. (temas 1,3,4,5)
Jack DeJohnette –drums. (temas 2,6,7)
Nestor Astarita – drums. (temas 1,3,4,5)
John Abercrombie – guitar. (temas 2,6,7)
Ricardo Lew – guitar. (temas 1,3,4,5)
Warren Smith – marimba, percussion. (temas 2,6,7)
El Chino Rossi (Miquel Rossi) – percussion. (temas 1,3,4,5)
Ray Armando – percussion. (temas 2,6,7)
Matias Pizarro – piano. (temas 1,3,4,5)
David Horowitz – piano, synthesizer. (temas 2,6,7)
Jeanne Lee – vocals. (temas 2,6,7)
Finito Bingert (Hector Bingert) – tenor saxophone, flute, percussion. (temas 1,3,4,5)

1 – Espejismo Ratonera – 6:13
2 – Short Visit To Malena – 3:55
3 – Sola – 5:26
4 – San Justo – 8;50
5 – Water Kite – 6:24
6 – Quotation Marks / Naranjales – 7:38
7 – Melancolia de Las Maletas – 9:55

Este álbum de Enrico Rava tem a particularidade de o descobrirmos a tocar com duas formações bem diferentes, reflexo do seu trabalho no interior do jazz, mas que por outro lado nos permite confirmar uma certa homogeneidade, embora os dois quartetos sejam constituídos por músicos oriundos de continentes bem diferentes e até de "planetas musicais" distantes, surgindo aqui em perfeita harmonia através dessa ponte feita pelo trompete de Enrico Rava. Embora se encontre um pouco esquecido, este "Quotation Marks" merece, mais do que nunca, ser relembrado e descoberto!

Enrico Rava

Gravado em Dezembro de 1973 no Blue Rock Studios, New York, por Jane… (tracks 2,6,7), com os músicos Enrico Rava, Herb Bushler, Jack DeJohnette, John Abercrombie, Warren Smith, Ray Armando, David Horowitz e Jeanne Lee. Produção de David Horowitz e Jack Tafoya. E gravado em Abril de 1974 no Audio Studio, Buenos Aires, por Nello (tracks 1,3,4,5), com os músicos Enrico Rava, Rudolfo Mederes, El Negro Gonzalez (Jorge Gonzalez), Nestor Astarita, Ricardo Lew,El Chino Rossi (Miquel Rossi), Matias Pizarro e Finito Bingert (Hector Bingert).

Todos os temas foram compostos por Enrico Rava, excepto os temas 1 e 3 da autoria de Enrico Rava e Fernando de Santa Fé. “Short Visit to Malena” e “Quotation Marks” tem letra de Mario Trejo e o tema “Naranjales” é tradicional, com arranjos de Enrico Rava.

Três dos músicos que surgem no álbum “Quotation Marks” de Enrico Rava utilizam “variações” nos seus nomes: Jorge Gonzalez surge creditado como El Negro Gonzalez; Miquel Rossi opta pelo nome de El Chino Rossi; Hector Bingert assina como Finito Bingert. E até na capa do álbum, em vez de Enrico Rava, temos simplesmente Rava.

Rui Luís Lima

Children At Play - "Children At Play"


Children At Play
"Children At Play"
JAPO 60009
JAPO Records
1975

Tom Van der Geld – vibraphone, percussion.
Richard Appleman – bass.
Larry Porter – piano, electric piano, percussion.
Roger Jannotta – reeds, percussion.
James Haddard – drums.
Bob Gulotty – drums.

1 – Tamarind – 18:17
2 – Wandering I – 4:28
3 – Sweet My Sweet – 7:09
4 – Reason – 5:04
5 – Patch of Blue – 11:31


Tom Van der Geld é um vibrafonista oriundo de Boston, mas que em 1974 veio para a Europa, encontrando na banda "Children At Play" um dos melhores locais para divulgar a sua música. Será com este grupo que irá gravar diversos álbuns, sendo este precisamente o primeiro e cujo título irá terminar por dar o nome à banda por ele liderada. A sua música bem merece ser redescoberta. Gravado no ano de 1973 no Renaissance Studios, Maynard, Mass., por Chuck Ange. Fotografia de Max Tolzel. Produção de Tom Van der Geld.

Todos os temas foram compostos por Tom Van der Geld excepto o tema 5 da autoria de Larry Porter. O baterista Bob Gulotti apenas toca no tema 4 – “Reason”.

Rui Luís Lima

Jiri Stivin & Rudolf Dasek - “System Tandem”


Jiri Stivin & Rudolf Dasek
“System Tandem”
JAPO Records 60008
JAPO Records
1975

Jiri Stivin – alto saxophone, soprano saxophone, flute, alto flute, recorder.
Rudolf Dasek – guitar.

1 – Puddle on the Middle (Jiri Stivin) – 5:39
2 – Moravian Folk Song – Forman Going Down The Valley (Jiri Stivin) – 5:13
3 – Hey, Man (Let’s Play Something About Spain) (Rudolf Dasek) – 9:10
4 – Shepard Song (Rudolf Dasek) – 10:33
5 – What’s Your Story (Rudolf Dasek) – 8:01
6 – Puzzle Game (Rudolf Dasek) – 3:00

Jiri Stivin & Rudolf Dasek

Muitos poderão dizer que estamos perante um dueto improvável, mas ao escutarem este álbum, no sítio do costume, já que ele é difícil de encontrar, irão verificar que a música do checo Jiri Stivin, que tem navegado pelos diversos séculos da música, recordo que ele e o barroco são grandes amigos encontra-se em boa companhia ao lado de Rudolf Dasek, também ele checo e oriundo da música erudita, mas com uma enorme paixão pelo jazz, onde não esconde as suas origens clássicas.

O álbum "System Tandem", que terminaria por baptizar este duo na gíria do jazz, revela-se de uma surpreendente originalidade, que bem merece ser redescoberta.

Gravado em Maio de 1974. Design de Dieter Bonhorst. Fotografia de Wolfgang Lauter.

Rui Luís Lima

Bobby Naughton Units - “Understanding”


Bobby Naughton Units
“Understanding”
JAPO 60006
JAPO Records
1973

Bobby Naughton – vibraphone, piano, clavinet.
Perry Robinson – flute, basset horn.
Richard Youngstein – bass. (temas 1,2,5 e 6)
Mario Pavone – bass. (temas 3,4,7 e 8)
Randy Kaye – percussion. (temas 1,2,4,5 e 6)
Laurence Cook – percussion, (temas 3,7,e 8)

1 – Understanding (Carla Bley) – 3:45
2 – Austin Who (Bobbv Naughton) – 5:50
3 – Ictus (Carla Bley) – 4:45
4 – Snow (Bobby Naughton) – 6:40
5 – Generous 1 (Carla Bley) – 3:45
6 – Gloria (Carla Bley) – 5:50
7 – V. A. (Bobby Naughton) – 9:05
8 – Nital Rock (Bobby Naughton) – 3:25


Bobby Naughton é um desses artistas do vibrafone que bem merecem não cair no esquecimento, porque o seu trabalho é, na verdade, fabuloso e dizemos artista porque ele esteve também ligado à pintura e ao cinema.


O seu encontro com esses dois nomes incontornáveis da “avant-garde” do jazz, que são Michael Mantler e Carla Bley, foram fundamentais para o seu percurso musical, mas nunca nos podemos esquecer que ele anteriormente navegou nas ondas do rock e embora tenha sido apenas uma breve passagem, foi decididamente marcante para o seu futuro universo musical.

Por outro lado nunca será demais referir a sua luta em termos de edições discográficas no sentido dos seus trabalhos verem a luz do dia.

Este álbum foi gravado a 30 de Outubro de 1971, num concerto realizado na Yale University e no Blue Rock Studio, New York, por Eddie Korvin. Pintura de Hans Richter para a capa de “Understanding”. Fotografia de Gus Svenske. Produzido originalmente nos EUA pela Otic Records (uma cooperativa de músicos), que editou o LP, surgindo mais tarde com o selo da JAPO Records.

Rui Luís Lima

Dollar Brand - “Ancient Africa”


Dollar Brand
“Ancient Africa”
JAPO 60005
JAPO Records
1974

Dollar Brand – piano, flute.

A – Medley – 23:05
1 – Bra Joe From Kilimanjaro
2 – Mamma
3 – Tokai
4 – Llanga
5 – Cherry
6 – African Sun

B – Medley – 21:55
1 – African Sun (continued)
2 – Tintinyana
3 – Xaba
4 – Peace . Salaam
5 – Air

Dollar Brand

Durante as décadas de 60/70 foram muitos os músicos afro-americanos que decidiram fixar residência na Europa, graças às condições excelentes de gravação que lhes eram proporcionadas, assim como ao boom que o jazz conheceu nesses anos no velho continente e "Dollar Brand" foi precisamente um deles.

Este fabuloso registo ao vivo do pianista sul-africano é na verdade memorável. Gravado ao vivo em Junho de 1972 no Jazz-Hus Montmartre, Copenhagen, por Lars Vester Petersen. Misturas de Mantra Sound, Copenhagen. Fotografia de The Bitzer. Design de B & B Wojirsch. Todas as composições são da autoria de Dollar Brand.

Rui Luís Lima

Herbert Joos - “The Philosophy of The Fluegelhorn”


Herbert Joos
“The Philosophy of The Fluegelhorn”
JAPO 60004
JAPO Records
1974

Herbert Joos – fluegelhorn, bass, bass recorder, bamboo flute, mellophone, trumpet, alto horn, vibes.

1 – The Philosophy of The Fluegelhorn – 13:07
2 – The Warm Body of My True Love – 6:38
3 – Skarabares II – 8:51
4 – Rainbow – 3:32
5 – The Joker – 2:36
6 – An Evening With The Vampire – 1:56

Herbert Joos
(1940 - 2019)

A década de setenta, do século xx, está repleta de aventuras musicais na primeira pessoa, em que o próprio músico produzia o seu trabalho discográfico e investia todo o seu saber nele (e por vezes o seu próprio dinheiro), para que ele visse a luz do dia, sabendo que nessa época o seu esforço terminava, na maioria das vezes, por ser recompensado, a nível crítico, mas também de vendas e este fabuloso álbum de Herbert Joos é a prova disso mesmo, porque "The Philosophy of The Fluegelhorn" (que belo título!) é na verdade uma pérola indiscutível no interior do denominado jazz europeu, que nasceu para o mundo precisamente nesta década, ainda inesquecível, para alguns.

Todas as composições são da autoria de Herbert Joos. Recorde-se que este músico, multi-instrumentista, nascido a 21 de Março de 1940 em Karlsruhe, Alemanha, também é um excelente desenhador ou artista gráfico, se preferirem, tendo eleito diversas figuras do universo do jazz como modelos do seu trabalho artístico. Gravado em Julho de 1973 no Tonstudio Bauer, Ludwigsburg, por Carlos Albrecht. Design de Herbert Joos. Produção de Herbert Joos.

Rui Luís Lima

Keith Jarrett - "Facing You"


Keith Jarrett
"Facing You"
ECM 1017
ECM Records
1972

Keith Jarrett – piano

1 – In Front – 10:05
2 – Ritooria – 5:50
3 – Lalene – 8:29
4 – My Lady, My Child – 7:17
5 – Landscape For Future Earth – 3:29
6 – Starbright – 5:01
7 – Vapallia – 3:51
8 – Semblance – 3:00


Quando Keith Jarrett se encontrou com o produtor alemão Manfred Eicher, à entrada da porta do Estúdio de gravação, este último disse-lhe que aquele espaço era dele e que poderia ali criar em inteira liberdade e assim, nesse dia 10 de Novembro de 1971, Keith Jarrett atacou o tema “In Front”, que nos irá revelar desde logo a fórmula do futuro do pianista nos seus célebres concertos em piano solo. Aliás, basta escutarem os dez minutos do tema de abertura do álbum “Facing You”, para verificarem as cambiantes deste delicioso tema que navega pelos mais diversos oceanos, terminando numa nascente. Depois temos sete pérolas que nos revelam desde logo toda a genialidade do pianista.

O álbum “Facing You” dá início à mais frutuosa colaboração e amizade entre um músico e o seu produtor. Keith Jarrett gravou até hoje mais de uma centena de álbuns produzidos por Manfred Eicher.

Gravado a 10 de Novembro de 1971 no Arne Bendiksen Studio, Oslo, por Jan Erik Kongshaug e Produzido por Manfred Eicher. Fotografia de Danny Michael e Design de B & B Wojirsch. Todos os temas são da autoria de Keith Jarrett.

Rui Luís Lima

Humanos - "Ao Vivo"


Humanos
"Ao Vivo"
EMI
2006

Um álbum único dedicado a um dos maiores nomes da música portuguesa que partiu demasiado cedo: António Variaçõe! As interpretações de Manuela Azevedo e Camané são as minhas favoritas!

Rui Luís Lima

quinta-feira, 25 de abril de 2024

Anar Band - "Anar Band"


Anar Band
"Anar Band"
Alvorada
1977

Jorge Lima Barreto - synthesizer piano, percussion
Rui Reininho - electric guitar, percussion.

Este álbum de estreia da Anar Band, surgiu em 1977 e surpreendeu o auditório com musicólogo, jornalista e compositor Jorge Lima Barreto nos teclados e o Rui Reininho na guitarra eléctrica, que viria a abandonar o projecto Anar Band para se tornar no vocalista dos GNR (Grupo Novo Rock)..

O álbum "Anar Band" apresenta no lado A quatro temas que se encontram interligados transformando-o num tema que ocupa a totalidade do lado, uma fórmula muito em voga nessa época, bastando recordar o "The Lamb Lies Down On Broadway" dos Genesis, em que o responsável pela ligação musical das faixas foi um cavalheiro chamado Brian Eno. Enquanto no lado B temos quatro temas independentes e que nos oferecem uma viagem musical bem diferente.

Jorge Lima Barreto e Rui Reininho
(Anar Band)

Como simples curiosidade será sempre de recordar os títulos dos temas que nos reenviam para o universo da banda desenhada e não só e por isso mesmo aqui vos deixo os títulos:

Lado A - Aquaman / Plasticman / Batman / Superman.

Lado B - 1 - Fantasma; 2 - Sandokan; 3 - Mandrake; 4 - Fantasma.

Rui Luís Lima

Júlio Pereira - “Lisboémia”


Júlio Pereira
“Lisboémia”
EMI
1978

1 – Cabo-Ruivo
2- Alvalade
3 – Pr. Chile / Intendente
4 – Alfama
5 – Rossio
6 – Cais do Sodré
7 – Bairro Alto
8 – Av. Da Liberdade
9 – Saldanha / Entre-Campos
10 – Sete Rios / Belém
11 – Lisboémia


Dois anos depois de “Fernandinho Vai ao Vinho”, Júlio Pereira lança “Lisboémia", seguindo a linha musical delineada na sua obra anterior, sendo desta vez a cidade de Lisboa a eleita para protagonista deste álbum inesquecível, especialmente para quem é alfacinha, talvez por isso mesmo seja de estranhar o silêncio que se abateu sobre esta obra discográfica de Júlio Pereira, dedicada à nossa bela capital, que estando tanto na moda, não se lembra de quem a elegeu como tema, porque nem só de Marchas Populares e Santo António vive Lisboa, também a Música Popular Portuguesa olhou com carinho a cidade à beira Tejo, como fez Júlio Pereira e o seu belo “Lisboémia”.

Júlio Pereira

A capa de “Lisboémia” é da autoria de Carlos Zíngaro e o tema que mais passava na rádio era precisamente o que dava título ao álbum.

Rui Luís Lima

Paulo de Carvalho - “Canções de Manolo Diaz”


Paulo de Carvalho
“Canções de Manolo Diaz”

1- Walk On The Grass
2- Waiting For The Bus
Single / 45 RPM
1970

O primeiro disco que comprei de música portuguesa foi um single do Paulo de Carvalho, que gostava muito de ouvir na rádio, mas que era cantado em inglês, sendo o seu autor um espanhol chamado Manolo Diaz, que colaborava com o grupo Aguaviva, entre outros, sendo este single constituído pelos temas “Walk in the Grass” e “Waiting for the Bus”, sendo o primeiro título o mais escutado nessa época na Rádio.

Um disco que comprei na discoteca Melodia, na companhia da minha avó, por insistência minha e ela lá fez a vontade ao neto.

Para aqueles que conhecem o percurso artístico de Paulo de Carvalho e desconhecem este período do cantor, considero que vale a pena descobrir e curiosamente estes dois temas irão surgir num LP, gravado mais tarde por Paulo de Carvalho, intitulado simplesmente “Eu”, mas todo ele cantado em inglês, que foi também um dos meus primeiros LPs e do qual irei falar um dia destes, após concluir a viagem pelos singles da minha infância.

Rui Luís Lima

Banda do Casaco - "Dos Benefícios de um Vendido no Reino dos Bonifácios"


Banda do Casaco
"Dos Benefícios de um Vendido no Reino dos Bonifácios"
Philips
1974

Celso Carvalho - contrabass, cello, vibraphone.
Luís Linhares - piano, flute.
Nelson Portelinha - vocals, guitar, trumpet, trombone, vibraphone, flute, harp.
José Campos e Sousa - vocals, guitar.
Nuno Rodrigues - vocals, guitar, twelve string guitar, percussion.
António Pinho - vocals, timbales, sistrum.
Carlos Zíngaro - vocals, violin, electric guitar, cello, contrabass, timbales.
Judi Brennan - vocals.
Helena Afonso - vocals.

No ano de 1974 surge um dos mais originais projectos musicais da Música Popular com o grupo Banda do Casaco e o seu álbum "Dos Benefícios de um Vendido no Reino dos Bonifácios", com um som único e um conjunto de poemas que marcam uma época e depois temos ainda a capa do álbum com uma banda desenhada da autoria do músico Carlos Zíngaro (membro da banda) e que publicava os seus trabalhos de banda desenhada na revista de BD Visão, divulgadora da banda desenhada portuguesa.

Rui Luís Lima

José Luís Tinoco / Saga - "Homo Sapiens"


José Luís Tinoco / Saga
"Homo Sapiens"
Movieplay
1976

José Luís Tinoco - piano, electric piano, synthesizer, organ, guitar.
Fernando Girão - vocals, percussion.
Zé da Ponte - bass, guitar, vocals.
Rão Kyao - tenor & soprano saxophone.
Vasco Henriques - synthesizer, flaute.
Fernando Fallé - drums.
Carlos Rodrigues -vocals
Dulce Neves - vocals
José Fardilha - vocals
José Themudo Barata - vocals

Este fabuloso álbum de rock progressivo produzido por José Luís Tinoco (música e letra) possui ainda poesia de Bernardim Ribeiro, Sá de Miranda, José Gomes Ferreira, Nicolau Tolentino, Pedro Tamen e Carlos de Oliveira e bem merece ser resgatado do esquecimento!

Rui Luís Lima