quinta-feira, 2 de maio de 2024

Helena Lima - “Barcos no Cais”


Helena Lima
“Barcos no Cais”
Rapsódia
1972

Helena Lima – Voz e Poemas.

António Chainho – Guitarra.
José Maria Nóbrega – Viola

1 – Barcos no Cais (Helena Lima – Fado Alberto) – 3:05
2 – Gosto de Te Ver Zangado (Helena Lima / Fado Pinóia / Casimiro Ramos) – 2:07
3 – Sózinha Pensando (Helena Lima / Carlos da Maia) – 2:25
4 – Teu Amor Fez-me Mulher (Helena Lima / Fado Primavera) – 3:07

Duração: 10:44
Ano: 1972
Edição: EP.

Este disco de Helena Lima foi editado na época em que ela cantava no Restaurante Folclore, em Lisboa, acompanhada na guitarra portuguesa por António Chaínho e na viola por José Maria Nóbrega, actividade que ela desenvolveu ao longo de alguns anos, sendo de referir que na maioria do seu reportório, desse género tão português que é o fado, os poemas são de sua autoria.

Transcrevemos o que escreveu o jornalista Carvalho Ramos aquando da edição do EP “Barcos no Cais” de Helena Lima:

«Num meio artístico onde a chamada (e tão decantada…) “canção nacional” ocupa lugar de privilégio no gosto e na aceitação do grande público, a aparição de novos discos de fado – por rotineira… - já não constitui acontecimento de tomo a justificar referências especiais tendentes a alertarem eventuais ouvintes para as qualidades do que lhes é apresentado…

Cantar o fado é praticamente condição essencial do português, que sabe como ninguém, exteriorizar com fundo musical de guitarras e violas, a saudade, o amor e tudo o mais que lhe vai na alma…

As próprias Editoras discófilas – sempre a braços com o embaraço da escolha – hesitam ante a profusão de intérpretes fadistas, antes de se decidirem a captar as suas vozes para os acetatos.

Sintetizando e em face de abundância: um novo disco de fado é quase sempre – e apenas… - mais um disco de fado.

De quando em quando, no entanto, surgem excepções, como que confirmativas da “regra”.

O presente disco da “Rapsódia”, preenchido com quatro fados de bom nível – e será oportuno realçar que o fado pode ser evolutivo sem perder as características naturais que tão ajustadamente o identificaram com o sentir Da gente portuguesa… - traz-nos a voz diferente da diferente Helena Lima, intérprete que mostra reunir condições para se destacar num âmbito onde as semelhanças e afinidades são desagradáveis e desoladoras constantes.

Chamar a atenção do grande público para o seu belo timbre de voz ou para o seu belo timbre de voz ou para o sentimento que imprime a tudo quanto a sua alma de mulher sensível anseia por comunicar, seria usar lugares-comuns que, entretanto já não usufruem de grande aceitação por parte dum público a quem têm sido dados largos motivos para duvidar…

Limitamo-nos assim a realçar que este não é apenas mais um disco de fado. É um disco de Helena Lima.»

Carvalho Ramos

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